18 Espelhos

Eu sou matéria do mundo
E nem por isso é fácil
Se o mundo morre fundo
O mundo vive frágil

Eu sou feito da mágoa
E nem por isso é triste
Eu sou a dor que dorme
No pulmão de todo homem

Eu sou nenhuma verdade
E só por isso certa
Sufoco o medo e a culpa
Com a cabeça erguida

Mas quando explode a veia da sorte
Corro pra onde sangrar
Mas quando corre a alma do peito
Antecipo até achar
Mas quando acho a parte que falta
Falta outra no lugar

Eu sou a carne queimada
E nem por isso arde
Se eu fosse tão exposto
Talvez ninguém notasse

Eu sou a fala quebrada
E nem por isso frouxa
Porque o ar que me sobra
Você respira à tragada

Eu sou a obra que eu fiz
E nem por isso arte
Eu falo e falo e não digo
Que isso tudo é à parte

Mas quando rompe a luz na janela
Lembro que não vai voltar
E quando lembro que eu perdia sempre
Nunca mais eu vou ficar
Pois quando morre a parte que falta
Cresce outra no lugar



Credits
Writer(s): Ralph Rocha Holzmann Nader
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