Migrantes

Fim de tarde,
caminho de chuva manhosa
Sapatos de couro falso
E a vida no meu encalço
procurando os meus motivos
pra seguir no caminhar

Fé no longe,
naquilo que não dá pra ver
Diante da cena horrível
Só me resta o invisível
esperando o prometido
que permite alguém sonhar

Vai, vai pular
Cada poça de chorar
Só por estragar os planos,
pros sapatos não molhar
Vai, vai voar
Pelos becos do lugar
Nesse êxodo urbano
à procura do seu lar

Vento forte,
balanço que não tem menino
Cansaço de quem já manca
E meu coração sem tranca
Ansiando por descanso,
uma rede pra deitar

Vai, vai pular
Cada poça de chorar
Só por estragar os planos,
pros sapatos não molhar
Vai, vai voar
Pelos becos do lugar
Nesse êxodo urbano
à procura do seu lar



Credits
Writer(s): Beatriz Neves Coelho, Samuel Alves Palmeira
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