Nem te vi

Às vezes andamos
Em mundos diferentes
Com o mesmo tecto e o mesmo chão
Até esbarrar contigo e depois
Prossigo só, mas dest' a dois

Às vezes julgamos
Em ir mais além
Sem ir para lugar algum
Também, p'ra quê sair p'rá confusão
Se o mundo cabe no T1

Se vires bem
Do teu vaivém aí do corredor
Então verás
Que se eu sou polo, és equador

Eu sou já e tu já não
E amanhã ao contrário
É sempre assim
E chega ao fim mais um calendário

Hoje eu vim
E que é de ti, qual o teu álibi
P'ra teres estado cá
E nem te vi
Nem te vi

Às vezes dançamos
Um solo a dois
À espera que o outro se ajeite
Tentamos diluir-nos, devagar
Mas somos como água e azeite
E se às vezes tentamos, até
Trocar um ou dois dedos de conversa
Em prosa surda e muda
E amanhã, o que muda
É só um vice-versa

Pois se vires bem
Do teu vaivém aí do quarto
Então verás
Se sentes fome, eu já estou farto

Quando estou tu não estás
E o porquê tanto faz
É sempre assim e chega ao fim
Quem for capaz

Hoje eu vim
E que é de ti, qual o teu álibi
P'ra teres estado cá
E nem te vi
Nem te vi

Pois hoje eu vim
E que é de ti, qual o teu álibi
Já disseste e eu esqueci
P'ra na hora "H"
Teres estado cá
E nem te vi



Credits
Writer(s): Beato, Bruno Vasconcelos, Jorge Ferreira
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