Salvesalve
É molecadinha, vamos estudar, respeitar o pai e a mãe...
E viver, essa é a cena.
Essa é a cena...
Já faz um tempo que não vejo minha família
Em busca da melhoria me mudei pra outra cidade
Hoje engenheira se formando pela USP,
Quem diria que a St3 iria fazer faculdade?
Na verdade muita gente disse,
Só que ninguém botou uma fé quando eu falei que vinha
Agora sou o tal ponto fora da curva,
A mina preta que resiste a essas tristes estatísticas...
Mas, quem vê close não vê corre,
Não vê o coro que nois tomou da polícia
Quando levou os enquadros
Dizem que cotas são injustas,
Mas eu acho que injusto é
O que fizeram com os meus antepassados
E o passado não tá tão distante,
Veja as fotos na estante e as pessoas que estão na mesa
"Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele..."
Tá doendo a rua inteira!
Enquanto isso os playboy passeiam,
E a favela ainda chora todo dia de manhã
O pão dormido é sua santa ceia,
E a fome ainda não é motivo pra mordida na maçã...
Eu peço a cura pra febre terçã
Que dá no corpo todo dia por conter tanta revolta
E minha coroa, em toda sua sabedoria,
Fala pra eu ter paciência que há de vir reviravolta
Vou dar uma volta, organizar os pensamentos
Vejo o povo no relento e os gringos vindo turistar
Ouço dizerem que eles amam o Brasil
E eu penso "Puta que pariu! Não pode ser o mesmo lugar..."
Ó Patria amada, idolatrada
Salve salve pros moleques da quebrada que tão se mantendo firme
Que vão suave todo dia pra escola,
Solta pipa e joga bola sem se entregar pro crime
Ó Patria amada, idolatrada
Salve salve pros moleques da quebrada
Que tão se mantendo firme
Que vão suave todo dia pra escola,
E apesar das dificuldades
Não se entregaram pro crime.
"De onde eu venho,
Do lugar onde eu cresci,
Educação é Resistência.
Não, mais do que isso:
Daqui da periferia estudar
é um ato heróico.
O estudante é um herói
O moleque, a menina que passa
Todo dia pela praça cheia de fumaça
De sei lá qual que é a droga,
E consegue chegar na escola, mano...
Salvo e são!
É um herói sem capa.
A criança, o adolescente da periferia
Com problemas na família e a geladeira vazia,
Que hackeia o wi-fi da vizinha
Pra fazer pesquisa e entregar o trabalho...
Cara, é mais herói que o herói de qualquer filme.
Não, real
Não tem chave da cidade
Não tem reconhecimento
Não tem colo pra chorar
Não tem fonte de alento
E ele mesmo sabe que nesse exato momento
O maldito e imundo dinheiro do tráfico
Ajuda mais do que um status pra colocar no seu currículo
E entregar daqui uns anos...
Mas, o estudante de escola pública
Periférico, pobre e preferencialmente preto
Cara, ele é um puta de um herói
E se deixar ele enfrenta o mundo todo...
O crime, a fome, a miséria, a polícia, o tráfico
Pra salvar a si e a sua família.
Eu tô nessa missão, tô nessa luta.
Vamos seguir.
Viva às crianças.
Viva a educação.
É nois...
E viver, essa é a cena.
Essa é a cena...
Já faz um tempo que não vejo minha família
Em busca da melhoria me mudei pra outra cidade
Hoje engenheira se formando pela USP,
Quem diria que a St3 iria fazer faculdade?
Na verdade muita gente disse,
Só que ninguém botou uma fé quando eu falei que vinha
Agora sou o tal ponto fora da curva,
A mina preta que resiste a essas tristes estatísticas...
Mas, quem vê close não vê corre,
Não vê o coro que nois tomou da polícia
Quando levou os enquadros
Dizem que cotas são injustas,
Mas eu acho que injusto é
O que fizeram com os meus antepassados
E o passado não tá tão distante,
Veja as fotos na estante e as pessoas que estão na mesa
"Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele..."
Tá doendo a rua inteira!
Enquanto isso os playboy passeiam,
E a favela ainda chora todo dia de manhã
O pão dormido é sua santa ceia,
E a fome ainda não é motivo pra mordida na maçã...
Eu peço a cura pra febre terçã
Que dá no corpo todo dia por conter tanta revolta
E minha coroa, em toda sua sabedoria,
Fala pra eu ter paciência que há de vir reviravolta
Vou dar uma volta, organizar os pensamentos
Vejo o povo no relento e os gringos vindo turistar
Ouço dizerem que eles amam o Brasil
E eu penso "Puta que pariu! Não pode ser o mesmo lugar..."
Ó Patria amada, idolatrada
Salve salve pros moleques da quebrada que tão se mantendo firme
Que vão suave todo dia pra escola,
Solta pipa e joga bola sem se entregar pro crime
Ó Patria amada, idolatrada
Salve salve pros moleques da quebrada
Que tão se mantendo firme
Que vão suave todo dia pra escola,
E apesar das dificuldades
Não se entregaram pro crime.
"De onde eu venho,
Do lugar onde eu cresci,
Educação é Resistência.
Não, mais do que isso:
Daqui da periferia estudar
é um ato heróico.
O estudante é um herói
O moleque, a menina que passa
Todo dia pela praça cheia de fumaça
De sei lá qual que é a droga,
E consegue chegar na escola, mano...
Salvo e são!
É um herói sem capa.
A criança, o adolescente da periferia
Com problemas na família e a geladeira vazia,
Que hackeia o wi-fi da vizinha
Pra fazer pesquisa e entregar o trabalho...
Cara, é mais herói que o herói de qualquer filme.
Não, real
Não tem chave da cidade
Não tem reconhecimento
Não tem colo pra chorar
Não tem fonte de alento
E ele mesmo sabe que nesse exato momento
O maldito e imundo dinheiro do tráfico
Ajuda mais do que um status pra colocar no seu currículo
E entregar daqui uns anos...
Mas, o estudante de escola pública
Periférico, pobre e preferencialmente preto
Cara, ele é um puta de um herói
E se deixar ele enfrenta o mundo todo...
O crime, a fome, a miséria, a polícia, o tráfico
Pra salvar a si e a sua família.
Eu tô nessa missão, tô nessa luta.
Vamos seguir.
Viva às crianças.
Viva a educação.
É nois...
Credits
Writer(s): Stefany Correa
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