Olho do Fu

1, 2, 3 e
Tem dia que dói levantar
Tem dia que só de pensar já dói
E rói o osso da cabeça oca
Rói o resto dessa voz tão pouca

Rasga um riso falso e arranca o nosso peito pela boca
Mas é difícil chegar
Na solução
Quando se vê que se tá
Que vai ter que ficar
No olho do furacão

Tem dia que dói levantar (que dói levantar)
Tem dia que só de pensar já dói
E rói o osso da cabeça oca
E rói o resto dessa voz tão pouca

E rasga um riso falso e arranca o nosso peito pela boca
Parece que eu nem tô aqui (parece que eu nem tô)
Que eu ando fora do lugar
Eu sou a roupa pra estender
Eu sou a louça por lavar

A bagunça que ficou e ainda vai ficar, é
Mas é difícil chegar
Na solução
Quando se vê que se tá
Que vai ter que ficar
No olho do furacão (no olho do fu)
Do furacão

No olho do fu
No olho do fu
Do furacão

Tem dia que dói levantar
Tem dia que só de pensar já dói
E rói o osso da cabeça oca
E Rói o resto dessa voz tão pouca
Escrevo pra depois rasgar (pra depois rasgar)

Os versos que eu quero esquecer
Tem verso que não vai rimar (que não vai rimar)
E amor que rima besta com sofrer
Tem muita roupa pra lavar

E algumas pra estender
Mas é difícil chegar (difícil chegar)
Na solução
Quando se vê que se tá
Que vai ter que ficar
No olho do furacão
Do furacão

No olho do fu
No olho do furacão
No olho do fu

Sou o silêncio na falta de assunto
Produto bruto de tudo que eu sinto
Multiplicado pelo o que eu me invento
Eu faço vento com esse grito mudo
Frente o surto de razão de um louco
Que viu o mundo girando infinito (no olho do fu)
O fundo falso no fundo do poço



Credits
Writer(s): Guilherme De Almeida Fleming
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