A Gaita do Falecido

Quando partir não quero grito, nem choro
Por que eu não quero que a tristeza vá comigo
Peguem minha gaita que pra mim vale um tesouro
E vão tocando até meu derradeiro abrigo

Peguem minha gaita que pra mim vale um tesouro
E vão tocando até meu derradeiro abrigo

Naturalmente que ao chegar no cemitério
O porteiro não vai deixar entrar tocando
Até ali já fizeram como eu quero
Larguem da gaita e podem continuar rezando

Até ali já fizeram como eu quero
Larguem da gaita e podem continuar rezando

A minha gaita vou deixar como lembrança
A um dos filhos que tiver a vocação
O que eu não quero ela na mão de criança
Andar rolando feito banco ou pelo chão

O que eu não quero ela na mão de criança
Andar rolando feito banco ou pelo chão

À minha preta quero deixar um pedido
Enquanto ela de mim se recordar
Se, por ventura, ela arranjar outro marido
Na minha gaita não é pra deixar tocar

Se por, ventura, ela arranjar outro marido
Na minha gaita não é pra deixar tocar

Não é ciúme, não é nada, não é intriga
Pois o que importa depois que eu tenha morrido?
Tudo o que eu quero é que o malvado nunca diga
Fiquei com a gaita e a mulher do falecido

Tudo o que eu quero é que o malvado nunca diga
Fiquei com a gaita e a mulher do falecido



Credits
Writer(s): Honeyde Bertussi Siqueira, Vanilda Rita Polidoro Da Silva
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