Bruma

Parece que isto só me vai parar amanhã
Eu juro que me vou portar que nem um duro dito duro
E sei que vou ser zero
Eu quero que me faças aqui perto
Nesta falsa recordança
Já soube que acabou a vida é coisa de outra subida
Ao inferno do meu céu
Vens para cá com ar de cão
A cadela ladra junto ao colchão
E a tua vida mudou
Quis tantas vezes que me dissesses quem sou
E esta coisa de desastres
E a morte que se espanta
A cada canto negro

Parece que sobra um quinto de paz
Uma nota de 20 para comer caviar
Telefono-te logo que vou-te contar
Aquilo que fiz
Aquilo que fiz

Contei as horas dos meus dias sem parar
Eu quis acabar
Não queria morrer
Pensei nos outros todos e no que queriam ter
Por serem melhores
Meus fiéis amigos

Já soube que isto não vai passar nunca mais
Palavra de honra que não sei ter a certeza
Eu sei lá em quantos vais
Apanho-te logo pelos cabelos
E levanto-te a cabeça
Que bem que soube comer aquela má ideia
E cuspir na cara da certeza

Já sabes como vão as coisas
E o teu direito a viver por cá

Contei as horas dos meus dias sem parar
Eu quis acabar
Não queria morrer
Pensei nos outros todos e no que queriam ter
Por serem melhores
Meus fiéis amigos

Contei as horas dos meus dias sem parar
Eu quis acabar
Não queria morrer
Pensei nos outros todos e no que queriam ter
Por serem melhores
Meus fiéis amigos

Já sei que isto não vai parar amanhã
Juro que fico aqui que nem um justo
Feito urso
Já sei que valho zero
Menos que zero
Mas puxa-lhe o lustro
À parte que tem eu juro



Credits
Writer(s): Davide Lobão
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