Balada Dos Dois Quadrados

Sentada na calçada ela esperava por mais um sinal
Se preparava e atravessava o quarteirão em meio ao temporal
Onde ele se encontrava camuflado feito um marginal
Despretensiosamente ali fingindo ser normal
"Eu tenho medo, e isso é bem irracional"
"Baby, take it easy, agora a gente vai até o final"
"Um pouco de suspense e adrenalina não faz mal"
"Então vem, então vem, então vem comigo agora"

Entraram num hotel bem na esquina da praça central
Ele disfarçado e ela com seu traje habitual
Ele pela escada, ela elevador principal
Subiram até o quarto e iniciaram então o ritual
A sós pra celebrar o amor então
Um simples copo d'água e um preservativo na outra mão
Sem muita certeza se era essa a ocasião
"E agora? Nós dois, enfim sós
Nós dois, enfim sós"

Dois quadrados querendo rolar
Batendo as pontas pra arredondar
Amedrontados por constatar
Que seguem presos do lado de lá

Deitados, divagando de maneira bem imparcial
Bem compenetrados numa clara discussão moral
Travados como dois quadriculados na mesma vogal
Ficavam se evitando, com vergonha do ato carnal
"Vamos ficar e pernoitar aqui"
"Mas baby eu avisei pra todo mundo que ia só sair!"
"Quer dizer então que eu vim pra cá só pra poder dormir?"
Mas os quadrados são assim
Os quadrados são assim

Dois quadrados querendo rolar
Batendo as pontas pra arredondar
Amedrontados por constatar
Que seguem presos do lado de lá



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