Degradê

Porto Alegre, qual é a hora de aceitar?
Quando eu só tiver a força dos meus próprios pés
Qual distância tu vai estender perante mim?
Qual dos teus enredos vou querer revisitar
Uma última vez?

O bairro onde eu cresci só existe em fitas degradadas
Numa gaveta esquecida na antiga casa dos meus pais
As ruas asfaltadas, as obras, que, ríamos, nunca iriam acabar
Os prédios da escola parecem agora comicamente pequenos
Como é de se esperar

E se eu respirar pela última vez
Talvez tudo volte a ser
E se eu respirar pela última vez
Talvez tudo volte a ser

Nas tuas ruas mais remotas
Onde eu insisti em me perder
Depois de tudo dito e feito
Eu roubei o carro aquela vez

Só pra provar pra mim mesmo
Que isso tudo existia então
Depois de todos terem dormido
Não lembro quanto eu tinha bebido

Cada face nova que eu não lembro de encontrar é como
Testamento ao fato que a memória já está saturada
Com a maldição de cada esquina com outra história
Que eu não quero mais, eu não acredito mais

Que haja algo lá fora pra mim
Não vou perambular
Eu espero em casa
E quando a hora chegar

Qual dos mercadores do centro eu vou ouvir gritar?
"Compro ouro, vendo ouro"
Meu amigo, nada tem valor pra mim
Nada ao meu alcance

Minha cara, qual é a hora de aceitar?



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