Correntes

Um verso é universo, e eu escrevo multis
Submerso vou ao fundo jazo em mares fúteis
Preso a um peso por correntes
Empurram-me as correntes como as dos pensamentos
Como-os, estão cá dentro, são densos e imensos
Imploram-me "pensa menos"
Implodem, prensam mesmo
Incomodam-me os pequenos, acomodam-se nos assentos
Engodam-me com acenos, que se fodam pelo menos
Explodem em fragmentos
Mas sementes dão rebentos e se mentes dão conselhos
Deveria estar atento
Implemento-os quando falam em incrementos de palavras
Quando menciono ex "crementos, eram cabras"
Momentos eram favas que não foram contadas
Aquela bolsa uma ação que não estava cotada
Vi a queda e declínio tanto era o imposto
"Quedate" tento idiomas já nem falo o suposto
Tive de apagar o que tinha na minha cabeça
Tive de apagar os resquícios daquela conversa
Porque ainda há qualquer coisa no meu sangue
Que vai e volta nas minhas veias, tipo boomerangue
Noutra calma e revolta onde volta o meu olhar
Eu senti-me nessa nota, fez o peito ressoar
Naquele dia em que eu vi pela primeira vez
Quando saí e caí fugiu a minha tez
Para o branco a beleza que eu via a meus pés
Da fragilidade e certeza do fim da vida que vês

Eu sei que eu caio
Quem tem mais não chega
Para me levar até ao fim
As vidas caem no caos da verdade
Não as seguras sem mim
Noutro mundo
Noutra instância
Paro palavras fico mudo
Esta distância
Mata o que senti, não é mútuo
E nesta dança
Sobraram rosas e vermutes
Nunca lembranças
Eu sei que o peso da memória cansa
E o mundo é o mesmo sem mim



Credits
Writer(s): Afonso Lopes
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