Sul das Gerais

SUL DAS GERAIS (Luiz Celso de Carvalho e Gildes Bezerra)

Essa estrada, eu não sei pra onde vai, eu só sei
Ela sai do sul de Minas Gerais
Essa estrada, eu não sei pra onde vai, eu só sei
Ela sai do sul de Minas Gerais
Ela rasteja que nem cobra
E passeia no meio das quaresmeiras
Ela se estica, se enrola e se dobra
E sobe no lombo da Mantiqueira
A Mantiqueira
Ela é forrada de cacos de lua
E tem cor de ouro, de escravo e de prata
Anda nos pastos quase que nua
Se veste de chita verde de mata

Essa estrada, eu não sei pra onde vai, eu só sei
Ela sai do céu de Minas Gerais
Essa estrada, eu não sei pra onde vai, eu só sei
Ela sai do céu de Minas Gerais
Essa estrada tem congada, folia de reis, tambu e tropeiro
Passa uma cruz em forma de enxada
Nas costas cansadas de um triste mineiro
Ah! O mineiro
Passa viola com fita encarnada
E passa a infância que o tempo passou
E a santa cruz de imagens quebradas
Que sabe, calada, quem morreu, quem matou

Essa estrada, eu não sei pra onde vai, eu só sei
Ela sai do sol de Minas Gerais
Essa estrada, eu não sei pra onde vai, eu só sei
Ela sai do sol de Minas Gerais
Ela atravessa outros campos sem fim
Rios de pranto e capões de pecado
Ela atravessa por dentro de mim
E vai sair quase lá do outro lado
E leva o roceiro que se veste de festa
E traz a família que volta outra vez
E leva de mim sua imagem que resta
E traz a estrada que o tempo me fez
Essa estrada, eu não sei de onde sai, eu só sei
Ela vai pro sul de Minas Gerais
Essa estrada, eu não sei de onde sai, eu só sei
Ela vai pro sul de Minas Gerais



Credits
Writer(s): Gildes Bezerra, Luiz Celso De Carvalho
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