Recebi um Convite

Pra passar uma noitada
Eu recebi um convite
Pra passar uma noitada
À casa de uma viuva
Que já estava reformada
Mas tinha uma filha linda
Era dessa que eu gostava

À casa da viuvinha
Preparei-me e então fui
À casa da viuvinha
Bati à porta da sala
Aí falaram-me da cozinha
Ninguém pode imaginar
A alegria que eu tinha

Estavam ambas à fogueira
Mandaram-me entrar pra dentro
Estavam ambas à fogueira
E eu como sempre gostei
E gosto da brincadeira
Espetei três beijos na velha
Porque essa era a primeira

Quero-lhe o meu merecimento
Como se chama a sua filha?
Quero-lhe o meu merecimento
Não quero que ela aqui diga
Que eu venho com descaramento

Olhe, chama-se Joaquina
É única e é morgada
Você não lhe deia' beijos
Que ela é muito envergonhada

Você vai cear conosco
Mas eu quero um favorzinho
Vai com a Joaquina à adega
Tirar uma caneca de vinho
Como sabe, não é longe
É perto e bom o caminho

Que havia lá na aldeia
Era um costume antigo
Que havia lá na aldeia
Ela à frente com a caneca
E eu atrás com a candeia

Que era aquilo que ela queria
Quando chegamos à adega
Que era aquilo que ela queria
E eu apaguei a candeia
Cas' escuras também via

Ela não era zarolha
Começamos a apalpar
Ela não era zarolha
Quando eu apalpei o pipo
Já ela tinha a mão na rolha

Que era de aproveitar
Começamos o trabalho
Que era de aproveitar
Porque era um pipo novo
Que estava por encertar

Até as pedras se riram
Quando eu trabalhava
Até as pedras se riram
E eu tanto que apertava
Que até as borras saíam

A trabalhar com canseira
A Joaquina começou
A trabalhar com canseira
Porque ela, coitadinha
Ai, era muito trabalhadeira
Quando ela abria o pipo
Eu metia a torneira

Dizendo coisas sem jeito
Nisto chegou a velhota
Dizendo coisas sem jeito
Mas eu não sou aldrabão
Queria o trabalho bem feito

Desculpe, minha senhora
Mas ainda não estamos fartos
Já lhe tombei a vasilha
E agora aperto nos arcos

Faz coisas deseperadas
Sabemos que quem espera
Faz coisas deseperadas
Mas a Joaquina queria o pipo
Com as leivas bem untadas

Pois não houve malvadez
Pra a velhota ficar contente
Pois não houve malvadez
Eu peguei na minha gaita
Ficamos dançando os três

Eu peguei na minha gaita
Ficamos dancando os três
Eu peguei na minha gaita
Ficamos dançando os três



Credits
Writer(s): Quim Barreiros, Branco Azevedo
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