Morna

É como se um dia contasse menos
São os dias que se perdem a contar pelos dedos

Não me pega força a estalar os ossos
Sei que há outra volta ao cair do pano

É o que é, nunca há
Estrada para andar
Sopro fácil acabar

E a trave que segura
Morna na altura
Se falas sempre ou não
Não é fácil veres quem são

Lembra-te quem te viu aqui
Sabes dizer quem se deixa só para ti
Para quê ficar calado
Apelar à mesma mão
Ver o sol há-de ser melhor

O que se passa de dia
E tanto que vês
A sombra vazia
E o som sem ser

Na varanda do quarto há uma cadeira
Uma mesa dobrável e um cinzeiro
É tanto trabalho raso
Carro, móveis, tapetes e televisão
Contas que contas acabem
E os amigos adiarem

Eu aposto que eu ia
E largava tudo
É melhor o dia
Dentro de um país mudo
Mas eu hei-de aprender a falar
Eu hei-de aprender a entender
O que nos faz fugir
E não nos deixa dormir
O que nos faz fugir
E não nos deixa dormir

Lembra-te quem te viu aqui
Sabes dizer quem se deixa só para ti
Para quê ficar calado
Apelar à mesma mão
Ver o sol há-de ser melhor



Credits
Writer(s): Davide Lobão
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