Agô Obí

Em minha garganta grita uma voz-mulher
Uma dose de caos, uma dose cura
Em minha garganta grita uma voz-mulher
Uma dose de caos, uma dose cura

Te digo
Cuidado comigo
Há muito tempo eu sou fêmea
Essa força antiga e devastadora
Te aviso
Cuidado comigo
Eu sou mulher do agora
Essa força livre e revolucionária

Carrego mulheres em mim
Atravessadas em minha pálpebras
Lobas, leoas, caçadoras
Entranhadas em minha retinas
Lorde's, Evaristo's, Franco's, Aparecida's e Carolina's

Em minha garganta grita uma voz-mulher
Uma dose de caos, uma dose cura
Em minha garganta grita uma voz-mulher
Uma dose de caos, uma dose cura

Deusa do sol e da lua, sou eco, humana, dual e animalesca,
Sou amor e fúria, carne crua nua nua nua...
Levo sempre comigo uma dose de caos, uma dose de cura.
O que eu tenho de falar eu falo!

Em minha garganta grita uma voz-mulher
Uma dose de caos, uma dose cura
Em minha garganta grita uma voz-mulher
Uma dose de caos, uma dose cura

Agô, Obí!



Credits
Writer(s): Maíra Baldaia
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