Natureza

O planeta rodopia feito bailarina
E ao som da sinfonia dos grilos
Se despede da noite e convida o sol
O jardim acorda regado de orvalho
E logo é visitado por um bem-te-vi
Que de capim constrói o seu ninho
No caminho, ele encontra as abelhas
Fiéis ao ofício de polinizar as flores
E preparar o mais saboroso doce

Discreto numa planta há um casulo
Sem pressa, a metamorfose acontece
Assim a natureza cumpre os seus ciclos
O vento põe as árvores para dançar
As folhas se soltam e viram adubo
Uma semente voa até seu leito
O solo é que provê o sustento
Há alimento na raiz, no caule
No grão, na flor, na folha e no fruto

A chuva desce ao findar da tarde
O alecrim agradece e sacia a sede
Um sapo pula e canta em louvor
O chão se banha e supre a nascente
A água percorre o destino do rio
E tempera-se ao beijar o seio do mar
Do bailar da Terra diante do astro-rei
Faz-se o tempo, mudam-se as estações
E outra vez é noite, é nova primavera