Bandoleira

Lenço de seda no pescoço
Ouro e metais tão preciosos, seus adornos
De cores vibrantes enfeitavam símbolos de resistência
Personificando rebeldia à opressão do estado...
E não traziam almas puras
Tampouco eram pequenas ou vulgares
Mas tinham sonhos grandes...
No cangaço, o preço que se paga é alto
E a recompensa
Sempre foi maior do que a fama por seu orgulho próprio
E no bordado dos bornais
Onde guardam os segredos mais vis
Bandoleiros, baderneiros, sanguinários,
Assassinos, justiceiros, atrevidos
Que já vêm de outros carnavais...
E canta forte, canta alto seu grito de liberdade
Como fazem os filhos do sertão...
E dança Maria Bonita com o vestido floreado
E seu grande amado Lampião...

Tão distante
Milhas e milhas...
Sem fugir do combate
Medo de nada
E segue rindo sem pesar algum
Sobe em seu cavalo
Se o vento muda
Leva um riffle armado
Anos de uso
E segue sua jornada pelo mundo

E quem ousar tomar à minha terra, o meu chão de poeira
Entre o chapéu estrelado e o punhal
Alumiando a noite fria e traiçoeira
A bandoleira
Sempre atenta à barricata de seus ideais
O fim da história é trágico
Mas vai com a cara e a coragem sem cansar
Com o pé na estrada
Viajante lúcida na caminhada que o incontestável destino lhe impôs

Tão distante
Milhas e milhas
Sem fugir do combate
Medo de nada
E segue rindo sem pesar algum
Sobe em seu cavalo
Se o vento muda
Leva um riffle armado
Anos de uso
E segue sua jornada pelo mundo



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