18 (06-05-2005)

Tou a ver que o puto cresce e passa o tempo
E a família nasce e vai morrendo
E então pelo juízo que eu já vou tendo
venho agradecer pela vida e pela sua ida que eu lamento

Hoje faço dezoito
E já quis não tar aqui
Tava cheio de ódio
E quem mais odiava era a mim

Mas eu tomei um banho
Com cada lágrima que verti
Porque eu era um estranho
Que só agora conheci

E houve damas que me amaram
Mas que eu nunca amei de facto
Promessas que se quebraram
Porque o meu laço era fraco

Mas eu penso, se eu voltasse atrás
Também não a tinha amado
Não há futuro no passado
Então eu sigo em frente

Eu sei que eu vim para vida ser diferente
Eu sempre fiz as coisas no meu tempo
Passei grande parte dele trancado cá dentro
E pôr tudo o que eu vivi em 18 barras tento

Que como o Camus eu mergulhei no absurdo
Que eu vi que nada importa
Então faz do que te importa tudo

Que eu não vim pra ver navios
Nem tenho a sorte do meu lado
Aos 15 eu fiz um álbum
Só trancado no meu quarto

Aos doze perdi os três
Aos treze bem elevado
Não me esqueço dessa vez

Foi assim que a vida fez
Para fazer quem eu sou
Tou agora a recordá-la
E cabe no tempo de um som

Isto é aquilo que eu sou
A palavra veio do meu avô
E o pai meteu me num palco

E antes de subir a um
Eu aprendi a montá-lo
O sonho vale nenhum
Sem ninguém para sonha-lo

Então não me fales do que eu valho
Não me fales do que eu valho
Que eu já suei para caralho
Mas ainda não fiz nada

Que eu não dou tudo na escola
Nem dou nada à namorada
Em casa o clima rola
Mas não me vêm de mão dada

Eu sou uma cabeça fechada
É um coração vazio
Que não sente nada
É só fala do que sentiu

Pussy é quente
O mundo é frio
Por isso eu fico la dentro
Sempre que me aceita como asilo

Still...
Eu não me sinto maduro
Tou a ficar mais velho
Mas não passo de um puto

Mas quando tou na noite
Eu não me faço, de bruto
Que sei que entre a vida e morte
É muito curto

Ah ah ahh
Já não sei voltar atrás
Ah ah ahh
Já não sei voltar atrás
E em todo este tempo
Não entendi nada
Só quis ser o vento
Que eu sinto na estrada
é melhor saber que tento
Que não fazer nada
É melhor saber que tento...
Ah ah Ahh
Já não sei voltar atrás.

Não há vergonha
É infinita a cara pi
3,14, por isso é que eu torço
Só por mim

Espera só mais um pouco
Finalmente a respirar
Depois de tanto sufoco

Há beber para ficar louco
E ser um louco de facto
Eu já quis beber muito
Para morrer afogado

Não quero olhar para o futuro
E ver tal e qual o meu passado
Uma coisa é dar no duro
Outra é sonhar acordado

E juro eu tenho tentado
Mas eu já não sei de nada
Tento ficar apaixonado
Mas alguma coisa tá estragada

Hoje eu faço 18
E só aquilo que eu sei
É que as vezes sou tão frio
E noutras vezes queimei

Tantas vezes vacilo
Tantas vezes que errei
Tantas...
Ahhh

Já só falta um salto
Eu admiro o vilão
Porque não há ninguém do seu lado



Credits
Writer(s): Pedro Manuel Teba
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