coitado

A madrugada é um livro estranho
Nem leio, eu deito
Eu me deleito nos textos malfeitos
Malcriados, quem nunca escuta conselho
Escuta: coitado

Ouvindo o álbum predileto de poesia
Lembrando do tempo passado
E triste ao saber que o presente jamais seria
Sorria, você está sendo amado
Amada, por favor não fique amarga comigo

O que é que eu posso fazer?
Posso fazer nada
Se ela vem como mulher e me ataca
Em plena madrugada

Eu me levanto da cama no susto
Despido, sem pulso
Ruído, um barulho na sala

Deve ser Deus e sua mania
De brincar com argila
De escrever destinos
De entortar as linhas
E acertar os finais de semana
E falando nisso quando cê sair do seu serviço
Passa aqui na minha cama

Deve ser eu e o meu problema
De focar em um tema
Isso é desafogo, por isso eu falo tanto
Escutem outro
Nesse armário já nem cabe desaforo
O doutor recomendou o desapego
E eu não



Credits
Writer(s): Italo Ribeiro Firmiano
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