Construção / Tijolo por Tijolo / Guerreiro Menino

Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Mesmo que o mundo desabe na minha cabeça
Deixando em destroços minha construção
Enxugo meus olhos, recolho os meus cacos
Me entrego de fato à minha oração

Pois de tudo posso em quem me fortalece
Há sempre um alguém pra estender a mão, oi

A vida é dura feito rapadura
Criatura, a vida é doce, mas não é mole, não
A vida é dura feito rapadura
Criatura, a vida é doce, mas não é mole, não

É pôr a mão na massa e começar de novo
Tijolo por tijolo, eu vou quebrando pedra
Partindo do princípio que o primeiro passo é meu

Vou remover o barro, arregaçar as mangas
Retirar a lama que ficou pelo caminho
Pois quem anda com Deus jamais está sozinho

Amanhã vou acordar de novo de manhã
De alma sã me redirecionar
Pois sei que tudo isso vai passar de manhã

Amanhã ainda há tempo pra recomeçar
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Eu não desisto

Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito

Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sono
Que os torne refeitos

Um homem se humilha se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida, e a vida é trabalho
E sem o seu trabalho, um homem não tem honra
E sem a sua honra, se morre, se mata

Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz

Não dá pra ser feliz (não)
Não dá (não dá)
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz

Mas meu legado eu construí



Credits
Writer(s): Chico Buarque, Luiz Gonzaga Júnior, Serginho Meriti
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