a estraga-prazeres

Começo por dizer que sim
Agora eu me reconheço
Confesso que me espanta
Olhar pro que eu construí
Santas palavras eu já disse
Mas eu nunca as entendi
E agora eu vejo que
Da lama, na real, eu nunca saí

O que é essa sensação
Que se apodera de mim?
Eu errei, e sei muito bem
Quem vem me censurar

Estranho é perceber que
No fundo não somos fortes
Isso nos tira o chão e
Ressuscita indesejadas indagações
No fundo da alma
Sabemos que a solução é a nossa morte
Mas, por arrogância
Desejamos reluzir em nossas ações

De onde vem essa volição
Que então percebo em mim?
Eu errei, mas não quero
Me encontrar exposto a ninguém

Das coisas que podiam acontecer
A última que me ocorria era você
Minha consciência retornar
À vida pra meu sangue derramar

Pensei ter me livrado de você
Não era bem assim que eu planejei
Sua bagunça mostra quem eu sou
E você não consegue me tirar
De onde você me deixou
Eu sei!
Você nem quer me tirar
De onde você me largou

O que é essa vocação
Que se apresenta a mim?
Eu errei, mas acaso
Não há como eu recomeçar?



Credits
Writer(s): Felipe Lo Iacono
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