histórias do deserto

Estou em lugar algum
Que não em minha mente a acusar
Vejo através de tudo
Menos do orgulho a crepitar

Vejo claro como em um cristal
É simplesmente um mero desdobrar
De uma raiz por se arrancar
Que constitui o meu ser e respirar

Em minhas lágrimas não sei pra onde correr
Em meus pesares só me vejo perder
A sanidade em face do meu mal
Não há bondade em mim

É só vaidade, afinal

Lembro de um poeta questionar
Os motivos pra alguém se importar
E se empenhar em fazer o bem
Se a mandar no mundo não há ninguém

Em minhas lágrimas não sei pra onde correr
Em meus pesares só me vejo perder
A sanidade em face do meu mal
Não há bondade em mim, é só vaidade, afinal

Quanto me custou até que eu vi
Que não sou luz que se acende
Mas sempre foi e és tu
Quem vem a minha soberba arrancar

Porque desde a queda foi o nosso
Orgulho ingerido nos tirando
Dos braços do Pai, dos pais nossos
Que eu possa finalmente me entregar

Em minhas lágrimas, já sei pra onde correr
Em teus altares eu quero, sim, perder
A sanidade, uma prisão do racional
Sim, há bondade em mim, e ela é tua, afinal

Em minhas lágrimas, já sei pra onde correr
Em teus altares eu quero, sim, perder
A sanidade, uma prisão do racional
Sim, há bondade em mim, e ela é tua, afinal



Credits
Writer(s): Felipe Lo Iacono
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