Dama De Abu Simbel

Dama, não sei se pode me ouvir
Aqui clama, alguém que
Quer por tua ajuda pedir
Regresse com as regras de Maat
Para que volte ao mundo a tua verdade

Porque agora tudo está tão vazio
Jogaram fora, o amor num leito de um rio
E é tão raro os que podem o encontrar
Os corações de hoje
Não querem o procurar

Mas suas chamas ardem na
Sombra de um sicômoro
Leve-a aos homens e os
Enfeitice com esse coro
Venha e traz, como no passado a paz
Porque ao teus pés, ao teus pés
Curvou-se até mesmo Ramsés

Na Núbia, a selvagem fera do sul
Uiva, a impiedosa loba nua
Já anuncia que ao entardecer
Das pedras suas cinzas irá renascer

Salve, rainha daqueles vales!
Contra os males, revela
A beleza de Nefertari
Que acalmou até a fúria de Seth
Com sua harpa que toca
Uma música celeste

A princesa, rica em louvores, soberana
Da graça, doce no amor, senhora das
Duas terras, a perfeita, aquela cujas
Mãos seguram os sistros, aquela
Que alegra o seu pai Amon, a mais
Amada, a que usa a coroa, a cantora
De belo rosto, aquela cuja palavra
Dá plenitude. Tudo quanto pede se
Realiza, toda a realidade se cumpre em
Função do seu desejo e conhecimento
Todas as suas palavras despertam
Alegria nos rostos, ouvir a sua voz
Permite viver

E ela tira o seu régio véu
E se retira da tumba em Abu Simbel
E se junta ao deuses do céu
Protagoniza um novo papel

E ela tira o seu régio véu
E se retira da tumba em Abu Simbel
E se junta ao deuses do céu
Protagoniza um novo papel



Credits
Writer(s): Camila De Souza Freitas, Kami
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