Ninguém os Viu, Ninguém os Vê! (feat. Pika)
Há um monte de refugiados por ai
Ninguém os viu, ninguém os vê
A não ser na TV
Mas porquê?
Sentada na poltrona
Cuja dona é sentimental
Comove-se tão delicadamente
Ao assistir ao telejornal
Chama o marido tão incrédula
Que o diz para apressar
O Zé chega tão desamparado
Que pergunta o que é que se está a passar?
Olha rápido pra TV
Nem vais acreditar
Soltam-se os comentários penosos
Só falta lagrimar
Tanta gente a morrer
Para atravessar uma fronteira
Coitados... Deviam estar desesperados
Para tentar dessa maneira
Transportes clandestinos
Inapropriados para a missão
Para não falar que carregam
O triplo da sua máxima lotação
Depois o resultado é este
Crianças a partir muito cedo
Vá lá que apareceu ajuda
Foi sorte alguns terem sobrevivido
E agora?
O que se vai fazer com esta gente toda?
Tem que haver uma solução
E isto é trabalho para aquela gorda
Não podem estar nesses acampamentos
Ela que arranje sitio pra acolhe-los
Senão... temos pena
É correr com eles
Há um monte de refugiados por ai
Ninguém os viu, ninguém os vê
A não ser na TV
Mas porquê?
Cansado e assustado
Por mais um dia marcado
Por mão de Deus ou do Diabo
Em que a morte passou-me ao lado
No outro dia sem saber como
Uma bala foi-me parar ao ombro
Hoje depois de um estrondo
Acordei no meio dos escombros
Não aguento mais este estado de guerra
Está na hora de emigrar
Se tivessem aqui agora a minha mulher e filho
Bem... Nem quero imaginar
Vamos pegar no essencial
Antes que seja tarde demais
Dinheiro não há muito
Então vamos falar com o cota ali do cais
Diz que tem uma embarcação
Que serve para nós na boa
Falta saber se é a mesma
Que vai levar estas 100 e tal pessoas
Percebi logo pelo desespero
Com que entravam para o transporte
Não é uma oportunidade de vida melhor
É uma questão de vida ou morte
O cota já tem a sua guita
O que acontecer nem quer saber
Quem é religioso que reze profundo
Vamos, e seja o que Deus quiser
Com o mar assim agitado
E com tanta gente a agoirar
Parece-me sinal de mau presságio
Tinha razão, homem ao mar
Uns a tentar ajudar
Outros a seguir o mesmo caminho
Tanto choro e vómito, mãos na cabeça
É o caos que indica o destino
Que obriga a abraçarmos forte
E encorajar o nosso filho
Até que se consegue um bocadinho
Ao vir a guarda em nosso auxílio
É um alívio ainda estarmos vivos
Mas não é objetivo europeu
A Europa que fornece armas ao meu pais
Não acolhe quem da guerra sobreviveu
Porque a nossa vida é um negócio
E alguém tem que ficar no prejuízo
Ninguém nos viu, ninguém nos vê porquê?
Porque há gente a lucrar com isto
Há um monte de refugiados por ai
Ninguém os viu, ninguém os vê
A não ser na TV
Já vi porquê
Ninguém os viu, ninguém os vê
A não ser na TV
Mas porquê?
Sentada na poltrona
Cuja dona é sentimental
Comove-se tão delicadamente
Ao assistir ao telejornal
Chama o marido tão incrédula
Que o diz para apressar
O Zé chega tão desamparado
Que pergunta o que é que se está a passar?
Olha rápido pra TV
Nem vais acreditar
Soltam-se os comentários penosos
Só falta lagrimar
Tanta gente a morrer
Para atravessar uma fronteira
Coitados... Deviam estar desesperados
Para tentar dessa maneira
Transportes clandestinos
Inapropriados para a missão
Para não falar que carregam
O triplo da sua máxima lotação
Depois o resultado é este
Crianças a partir muito cedo
Vá lá que apareceu ajuda
Foi sorte alguns terem sobrevivido
E agora?
O que se vai fazer com esta gente toda?
Tem que haver uma solução
E isto é trabalho para aquela gorda
Não podem estar nesses acampamentos
Ela que arranje sitio pra acolhe-los
Senão... temos pena
É correr com eles
Há um monte de refugiados por ai
Ninguém os viu, ninguém os vê
A não ser na TV
Mas porquê?
Cansado e assustado
Por mais um dia marcado
Por mão de Deus ou do Diabo
Em que a morte passou-me ao lado
No outro dia sem saber como
Uma bala foi-me parar ao ombro
Hoje depois de um estrondo
Acordei no meio dos escombros
Não aguento mais este estado de guerra
Está na hora de emigrar
Se tivessem aqui agora a minha mulher e filho
Bem... Nem quero imaginar
Vamos pegar no essencial
Antes que seja tarde demais
Dinheiro não há muito
Então vamos falar com o cota ali do cais
Diz que tem uma embarcação
Que serve para nós na boa
Falta saber se é a mesma
Que vai levar estas 100 e tal pessoas
Percebi logo pelo desespero
Com que entravam para o transporte
Não é uma oportunidade de vida melhor
É uma questão de vida ou morte
O cota já tem a sua guita
O que acontecer nem quer saber
Quem é religioso que reze profundo
Vamos, e seja o que Deus quiser
Com o mar assim agitado
E com tanta gente a agoirar
Parece-me sinal de mau presságio
Tinha razão, homem ao mar
Uns a tentar ajudar
Outros a seguir o mesmo caminho
Tanto choro e vómito, mãos na cabeça
É o caos que indica o destino
Que obriga a abraçarmos forte
E encorajar o nosso filho
Até que se consegue um bocadinho
Ao vir a guarda em nosso auxílio
É um alívio ainda estarmos vivos
Mas não é objetivo europeu
A Europa que fornece armas ao meu pais
Não acolhe quem da guerra sobreviveu
Porque a nossa vida é um negócio
E alguém tem que ficar no prejuízo
Ninguém nos viu, ninguém nos vê porquê?
Porque há gente a lucrar com isto
Há um monte de refugiados por ai
Ninguém os viu, ninguém os vê
A não ser na TV
Já vi porquê
Credits
Writer(s): Juka Daz
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