Julgar

Não julgar!!!
Se julgar já te serve, já escolhes o lado da rua?

E é da cor? É da casta? É dos gestos?
É a tua voz que lhes fala e é muda

Sabes bem
Que não é mais questão Uma escolha diferente da tua
É receber
Acolher, perceber
Que o oposto faz parte de ti

Ouve bem
Que a cadeira é de palha
É possível que caia com o peso de quem te apontar
Pois quem julgou
É todo aquele que culpa
E em silêncio se escusa com medo de alguém o notar

Sabes bem
Que não é mais questão Uma escolha diferente da tua É receber
Acolher, perceber
Que o oposto faz parte de ti

Estou? Quem fala?
Não, quer dizer, sim, eu consigo ver que diferem de cor de pele
E que se abraçam aqueles dois senhores
Mas eu estou só a ver pessoas, e parecem felizes!
Não te parecem?

Porquê julgar?
É um espelho que vês
E no outro se fez
Com a imagem de ti a apontar

Então sorri
Pois hoje não te vi a olhar para ti
No reflexo de quem te julgar

Sabes bem
Que é, sim, a questão
Não julgar quem andar pela rua
Pois não és tu
É o outro que vai com o peso de quem apontar
De quem se apontar

Ah... Julgar. Não me cabe
Nem se veste em mim, isso já não é tema, sabes?
A cor da pele, a orientação sexual
A necessidade constante de agradar e tudo isso
Hoje, mais não. Não é mais tema
Não é nem nunca foi poesia, não achas?
As palavras de raiva são apenas silêncios que faltaram
Aos que nunca conseguiram ser amados
Mas tem tempo, cada um a seu tempo
Não, não tens, não tens de ser como eu
Mas podes tentar ser como tu do outro lado do espelho
Aquilo que não sabes ver nos outros é só medo do que possa ser para ti
Escuta. Eu estarei sempre aqui, e não, nunca te julgarei
Beijo
Fica bem



Credits
Writer(s): Daniel Carvalho
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