Aquieta O Facho

Bati com a cara na porta
A veia aorta torta arrotou teu desprezo
Senti o peso todo da tua pose
Me mandei de lá

Repensei o passado exposto
E percebi o passo meio a contragosto
Perdi o posto, repassei o ponto
E tive que aceitar

Nunca mais tua boca de camurça
Me esmiúça e me serve de jantar
Nunca mais tua pele de pelúcia
Me conforta e me chama pra deitar

Fui namorar perdi o meu lugar
Dei sopa ao azar, nega
Vou ter que me virar

Eu fui escroto, dei escracho e acho
Que perdi a chance de aquietar o facho
Não sou de aço, sei que a saudade
Vai me consumir

Eu não saquei a minha sacanagem
Sucumbi à sucursal da vadiagem
Cruzei a margem, eu passei do ponto
E tive que partir

Vou ruir, remoer, roer as unhas
Das alcunhas mais amargas vou provar
Me pegar aos prantos sem testemunhas
Sem teu cheiro, teu calor pra me abraçar

Fui namorar perdi o meu lugar
Dei sopa ao azar, nega
Vou ter que me virar

Fui namorar perdi o meu lugar
Dei sopa ao azar, nega
Vou ter que me virar

Alô? Alô?
Vê se me atende
Vê se me entende, amor
Eu sei, eu sei
Eu fiz besteira e dei send
A gente erra, né?
Mas a gente também se arrepende, né não?
O amor vacila às vezes e é cego quase sempre
Meio atrapalhado nas horas de se deixar ver
Mas ele aprende também
E segue aqui pungente
Pedindo perdão, doidinho pra se dar outra vez
Enfim
Qualquer coisa o endereço tu já sabe, né?
Beijo



Credits
Writer(s): Rodrigo De Morais Bittencourt
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