Gloria In Excelsis (Missa Agrariá)/Carcará

Gloria
Adeus, Senhor
Nas altura
E viva eu de amargura
Nas terra do meu senhor
Carcará

Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come
Carcará

Lá no Sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem um bico volteado
Que nem gavião

Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará
Come inté cobra queimada
Quando chega o tempo da invernada
No Sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim não passa fome
Os burrego que nasce na baixada

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu Sertão
Os burrego novinho não pode andá
Ele puxa no bico inté matá

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
"1950, mais de dois milhões de nordestinos viviam fora de seus estados natais"
"10% da população do Ceará emigrou"
"13% do Piauí"
"15% da Bahia"
"17% de Alagoas"

Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come



Credits
Writer(s): Carlos E. Lyra, Gianfancesco Guarnieri
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