O Caminho da Glória (Glory)

Eu tenho que escrever a minha história todo dia
Não posso permitir que outra caneta escreva a minha
Sempre pensando calmo, às vezes até demais
Colecionando calos pelas mãos do pai

Madrugadeiro com sorriso tímido no rosto
Nem sempre acordo cedo, só se for preciso, moço
Carrego música sempre de coração cheio
Tô na labuta buscando o meu bem do meu jeito

Minha escada é de concreto não tem laminado
Não subo de joelhos, mas já fui de pés descalço
E nessa escalada eu não almejo o céu
É pela adrenalina na descida de rapel

Vim pela marginal, sentido Rodoanel
Do interior pra cá sou filho de Izabel
E tantos quanto eu também possuem um sonho
De chegar em São Paulo e conquistar seu canto

E através do canto conectar os cantos
Plural é o que nós somos e somos tantos
Da boca pra fora as palavras não nos servem mais
Ter razão não significa ter a paz

Eu busco o controle das minhas emoções
Mas é o descontrole que me traz as lições
Que a chegada é importante e estamos mais perto
Mas no caminho é que descobrimos o afeto

E o certo é relativo, ninguém domina a arte
O amor é invasivo, invisível que arde
Se estamos mesmo vivos, por que criamos mártires?
Matrix corrompido injetando contrastes

Largo minha caneta como quem larga uma arma
Me sinto desprotegido, iludido com essa farsa
Adquirir conhecimento requer munição
Mas não espere que os livros sozinhos se abrirão

No último vão da estante estão escondidos
Mas li alguns deles livres nos saraus bem vindos
Estamos de fato vivendo tempos de conflitos
Egos feridos se tornam inimigos

Quem grita muito na verdade nem quer ser ouvido
É a necessidade de falar pro próprio umbigo
Não precisamos mais disso, eu não escrevo pra isso
Estou disposto a aprender enquanto eu estiver vivo

(Estou disposto a aprender enquanto estiver vivo)
Estou disposto a aprender enquanto estiver vivo
(Estou disposto a aprender enquanto estiver vivo)
Estamos vivos!

O caminho da glória
O caminho da glória
O caminho da glória
O caminho da glória