10 Pras 22

Para que eu possa fugir
Onde eu vou seguir?
Onde é que eu vou olhar?
Será que vão me julgar?

Não sei onde eu vou chegar
Não sei mais onde ficar
Só vou saber quando estiver lá
E olha que são quase nove horas

Mãe, eu jurei chegar antes das dez
Mas, pai, não tem como chegar cedo
Olho para as pontas dos meus pés
Essa altura me dá um pouco de medo

E no relógio já é nove e meia
Sinto o gosto da incerteza
É meio amargo, mas tudo bem
Só da insegurança que eu sou refém

Viagens na cabeça que nunca param
Será que um dia vão parar?
Que suma as feridas que não cicatrizaram
Será que vão cicatrizar?

Preso ao relógio, eu tenho um limite
Tenho hora certa pra chegar
Já são dez pras dez, é algo que te irrite
Por que eu vou me atrasar

(Eu vou me atrasar)

(Eu vou me atrasar)

Não mude a rota, não mude o horário
Eu não quero adiar, isso só vai dar trabalho
Não seja idiota se não eu me sinto um lixo
É melhor parar, esquecer que eu existo

Olhando pras horas
Eu quero esquecer
Dessas memórias
Que estão a me entorpecer

Peço desculpas, mas eu não sei dirigir
Pra evitar acidentes, vou ficar aqui
Tô parado no tempo por pensar demais
Isso é um erro? Eu já nem sei mais

Viagens na cabeça que nunca param
Será que um dia vão parar?
Que suma as feridas que não cicatrizaram
Será que vão cicatrizar?

Preso ao relógio, eu tenho um limite
Tenho hora certa pra chegar
Já são dez pras dez, é algo que te irrite
Por que eu vou me atrasar

(Solo)

(Somos instáveis demais, demais)
(Somos instáveis demais, demais)
(Somos instáveis demais, demais)
(Eu vou me atrasar)

(Somos instáveis demais, demais)
(Somos instáveis demais, demais)
(Somos instáveis demais, demais)
(Eu vou me atrasar)



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