Culpo-me de tudo porque não fiz tudo. A avó contava histórias. Todo o dia as crianças gritavam. Aquela altura era quando as crianças se calavam. Era isso que eu estava a pensar. Fazem-me lembrar os meus avós.
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- Esta manhã acordei com imenso barulho. Sei que o barulho não é meu, que estou a roubá-lo para o sonho que estou a ter. Saio da cama todos os dias da mesma forma. A minha mente desliga-se e fico especado a olhar para a parede.
- Uma parede branca onde os meus olhos desfocam. Concentro-me em desconcentrar. Mas o barulho não deixa! Obriga-me a acordar. Que dia é hoje? Acordar com um despertar que nem é culpa do despertador?!
- Presto atenção ao meu redor. Vem da janela. A luz da janela é suficiente para revelar o caos que é o meu quarto. Ainda hoje arrumo tudo… Minto a mim mesmo, sabendo que estou a mentir. Evito a verdade à frente dos meus olhos.
- Desolho a confusão e olho para a janela. O barulho fica mais compreensível. Alguém está a tocar piano. O barulho vem do vizinho. Esta rua não é como as outras. Não há barulho que me acorde cedo num sábado.
- Música vem de uma janela na qual um velho de chapéu amarelo está encostado. Um sorriso sem lábios. Detrás do senhor, estava uma senhora a tocar piano. Esse despertador que me acordou num sábado.
- Ela toca bem. Como se fosse a melhor pianista do mundo. Assumo que é velha. Interrogo-me o porquê de nunca a ter ouvido… De qualquer maneira, não tenho paciência para pensar sobre isso agora. Fui à minha vida.
- Tinha acabado de chegar do trabalho. Estava esperançoso. Pela janela, não estava ninguém. Desiludi-me. Amanhã eles vão estar lá outra vez à janela. Continuei o resto do dia sentindo saudades dos vizinhos.
- Dormia quando ouvi outra vez. Estava a roubar os barulhos outra vez. Nunca me lembro do sonho mas sei que a música estava lá. Acordei disposto a ouvir. Fico ali a olhar com os ouvidos felizes. Apanhei-me a sorrir.
- Os meus avós morreram há algum tempo atrás. O meu avô era sempre calado. Eu era pequeno. Tudo acontecia normalmente bem. Tinha amor incondicional. Eu nem pensava que podia acabar. As coisas são para estar bem.
- Observo entropia. Tudo tende para o caos. Tomei como garantido que a minha vida ia ser sempre boa. Por que razão ia deixar de o ser? Deixei que se despedaçasse lentamente. Sozinho num quarto desarrumado.
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