Dejeto

Porta fechada, discurso abjeto
Eu ainda lembro seu nome completo
Pé ante pé, marcha desgovernada
Espelho quebrado embaixo da escada

A melhor maneira de incriminar um cara
É não interromper enquanto ele fala
Amontoado dentro do seu cinzeiro
E o meu cadáver entupindo o bueiro

E quando foi que você percebeu
Que quando falam é só do passado?
Que tudo aquilo que você escreveu
No calendário vai ser cancelado

Amor, me dê sua mão, me dê um sentido
Que não seja ficar te seguindo, eu sei
De novo e de novo, eu não me esqueci
Como posso? Se não sou melhor que você
E nunca serei

E quando foi que você percebeu
Que quando falam é só do passado?
Que todo "eu prometo", seu e meu
Não passam de papo furado

Amor, me dê sua mão, me dê um sentido
Que não seja ficar te seguindo, eu sei
De novo e de novo, eu não me esqueci
Como posso? Se não sou melhor que você
E nunca serei

Cercado por tanta razão, acostumado ao perigo
De estar sentado virado pra lá
E não ver o sol se pondo
Eu não me esqueci, como posso?
Você jamais deixaria, não é?
Você jamais deixaria, não é?
Não é



Credits
Writer(s): Arthur Martins Bosquerolli, Thiago Olivir Peres Andrade
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