Também Sangro

Você sempre tão sensível
Você sempre o perdedor
Com seu medo do invisível
Com suas invenções de dor

Nem sua vida diminuta
Admite a brecha, o vão
Entre a falta de escuta
E sua alma de bufão

O descaso como dom
Nessa forma de existir
Se derrete pelo chão
E se espalha por aí

E se falo nesse tom
não é que te queira mal
Nem porque eu seja bom
Numa espécie imoral

Também sangro em minhas mãos
Também morro de pensar
Que meus olhos estão sãos
Construindo esse lugar

A palavra como pó
Se espalha na tensão
Do homem que vive só
No discurso da razão

E o tempo, como nó
Se embaralha pelo ar
Como o que eu sei de cor
E é impossível de cantar

Também sangro em minhas mãos
Também morro de pensar
Construindo esse lugar
Quando tudo me diz não

O descaso como dom
Nessa forma de existir
Se derrete pelo chão
E se espalha por aí

E se falo nesse tom
não é que te queira mal
Nem porque eu seja bom
Numa espécie imoral



Credits
Writer(s): Rafael Azevedo
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