Saí por aí

Em casa ficou o conforto
Dos dias feitos de tempo
Esse que promete a cura
Aos que sofrem de candura
De acreditar que a espera
Lhes trata as feridas abertas

Os dias de tempo morto
São filhos de noites mortas
Fazem-me perder o norte
O calendário é à sorte
Vagueio por entre as horas
Escrevo torto em linhas tortas

Na rua mora o refúgio
De quem se encheu de coragem
Força que vem da fraqueza
Fuga da cama e da mesa
Largo aquilo que conheço
O certo pela incerteza

O vício não está no ar
Renova-se a cada instante
Grito a pulmões plenos
Catarse dos meus venenos
Tudo serve para limpar
O lixo dos gritos calados

Já não quero regressar
Perdi a chave de casa
Fujo da morte lenta
Quero aquilo que me tenta
A rua não me protege
Mas não mata devagar



Credits
Writer(s): Aires Fumega
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