Pretas e Pretos Novos

A mão que empunha a chibata imunda meu corpo
O açoite barulha no cais ressoando no tronco
A dor vem dos meus ancestrais chegados no Valongo
Trapiches, vielas e valas amparam o encontro

O encontro do assombro
De empilhar tantos corpos
Lá no Cais do Valongo

O encontro do assombro
De empilhar tantos corpos
Lá no Cais do Valongo

Benguela, Zaire, Gana, Gâmbia, Benim, Burundi
Chade, Angola, Lesoto, Gabão e Guiné Bissau
Nigéria, Somália, Sudão, Togo e Senegal
Espaço, origem e país de cada ancestral

Arrastado pro fosso
No fundo de um navio
Desprovido de espaço
Com a fome e o frio

Pretos novos no Rio
E o brutal desafio
De vencer a empáfia
Feito o mar que é bravio

E deixaram suas marcas
Entoaram seus cantos
Frente a dor e a barbárie
A sandice e o caos

Resistência e cultura
Em cada pele um traço
De quem veio ancestral
Lá do Cais do Valongo

Lá do Cais do Valongo



Credits
Writer(s): Alessandro Oliveira De Carvalho
Lyrics powered by www.musixmatch.com

Link