Jack
Senhor caderno
Eu me interno com a caneta
Pra compor contra a injustiça que assola nosso planeta...
É muita treta
Ela desceu do busão
Encontrou com namorado numa noite sem verão
E no seu coração
Paixão desenfreada
Desceu a rua só, dez da noite, na quebrada
De repente, medo vem...
Por alguém, foi abordada
Um cano na cintura, ela ficou paralisada...
Assustada, achou que era um assalto
Maldade de boné
E oitão no asfalto
Magro, alto
No rosto uma cicatriz
Mais um verme vai fazer outra família infeliz
Ela fez o que ele quis, deu bolsa e celular
"Finge que namoramos
Se gritar vou atirar!"
Não teve como escapar
Sozinha, arrastada
Pro matagal escuro, sua roupa foi rasgada
Cadê suas amiga?
Onde que tão seus mano?
Outra mulher estuprada com vinte e poucos anos
Interromperam seus planos
Uma vida despedaçada,
Eterno é o trauma na alma violentada
Ela beirou a morte
E a beira do abismo...
Conheceu o ódio
Assassino com machismo
No pente, entupido de maldade covardia
Com soco e coronhada outro estupro acontecia...
Quero ver seu amor
Quero ver sua esperança
Quando ver um lixo humano mutilando outra criança
Fiz a rima de vingança
Mas, talvez, não mude nada
Enquanto eu tô rimando, outra mina é assassinada
De carteira assinada
Ela estava com fé
Levantou bem cedo, tomou banho e fez café
Deu um beijo na sua mãe e andou uma hora a pé
Nunca mais voltou pra casa
Sumiu outra Salomé
Final muito comum
Todos sabem qual que é...
O preço que se paga por ter nascido mulher
Por mim, por nós, pelos nossos avós e os nossos ancestrais...
Mulheres, vocês já sofreram demais
A dor do próximo
Não te comove na trilha
Quero ver quando essa dor envolver tua família
Juntaram a matilha
É formação de quadrilha
Agora outro Jack vai sentir o aço que brilha...
Fiquei sabendo que ele foi capturado
Na favela, todos sabem o castigo de tarado
E os lobos estão com fome
Então preparem os talheres
Cadê a valentia do assassino de mulheres?
Já faz uma semana que ele paga os pecados
Até quando ele aguenta?
Todo dia é mutilado
O verme sangra muito
Tem espírito de porco
Talvez toda sua dor ainda seja pouco
Segura o troco
Na rua principal
SAMU tá resgatando outro Jack sem o pau
Ao lado do seu corpo
Suas mãos numa sacola
Furado igual peneira
Sem a língua e sem as bola
Estuprador de escola...
Cada dia nasce uns cem
Mas esse foi pro saco, não estupra mais ninguém...
Perdão
Por mim, por nós, pelos nossos avós e os nossos ancestrais...
Mulheres, vocês já sofreram demais
Por mim, por nós, pelos nossos avós e os nossos ancestrais...
Mulheres, vocês já sofreram demais
Eu me interno com a caneta
Pra compor contra a injustiça que assola nosso planeta...
É muita treta
Ela desceu do busão
Encontrou com namorado numa noite sem verão
E no seu coração
Paixão desenfreada
Desceu a rua só, dez da noite, na quebrada
De repente, medo vem...
Por alguém, foi abordada
Um cano na cintura, ela ficou paralisada...
Assustada, achou que era um assalto
Maldade de boné
E oitão no asfalto
Magro, alto
No rosto uma cicatriz
Mais um verme vai fazer outra família infeliz
Ela fez o que ele quis, deu bolsa e celular
"Finge que namoramos
Se gritar vou atirar!"
Não teve como escapar
Sozinha, arrastada
Pro matagal escuro, sua roupa foi rasgada
Cadê suas amiga?
Onde que tão seus mano?
Outra mulher estuprada com vinte e poucos anos
Interromperam seus planos
Uma vida despedaçada,
Eterno é o trauma na alma violentada
Ela beirou a morte
E a beira do abismo...
Conheceu o ódio
Assassino com machismo
No pente, entupido de maldade covardia
Com soco e coronhada outro estupro acontecia...
Quero ver seu amor
Quero ver sua esperança
Quando ver um lixo humano mutilando outra criança
Fiz a rima de vingança
Mas, talvez, não mude nada
Enquanto eu tô rimando, outra mina é assassinada
De carteira assinada
Ela estava com fé
Levantou bem cedo, tomou banho e fez café
Deu um beijo na sua mãe e andou uma hora a pé
Nunca mais voltou pra casa
Sumiu outra Salomé
Final muito comum
Todos sabem qual que é...
O preço que se paga por ter nascido mulher
Por mim, por nós, pelos nossos avós e os nossos ancestrais...
Mulheres, vocês já sofreram demais
A dor do próximo
Não te comove na trilha
Quero ver quando essa dor envolver tua família
Juntaram a matilha
É formação de quadrilha
Agora outro Jack vai sentir o aço que brilha...
Fiquei sabendo que ele foi capturado
Na favela, todos sabem o castigo de tarado
E os lobos estão com fome
Então preparem os talheres
Cadê a valentia do assassino de mulheres?
Já faz uma semana que ele paga os pecados
Até quando ele aguenta?
Todo dia é mutilado
O verme sangra muito
Tem espírito de porco
Talvez toda sua dor ainda seja pouco
Segura o troco
Na rua principal
SAMU tá resgatando outro Jack sem o pau
Ao lado do seu corpo
Suas mãos numa sacola
Furado igual peneira
Sem a língua e sem as bola
Estuprador de escola...
Cada dia nasce uns cem
Mas esse foi pro saco, não estupra mais ninguém...
Perdão
Por mim, por nós, pelos nossos avós e os nossos ancestrais...
Mulheres, vocês já sofreram demais
Por mim, por nós, pelos nossos avós e os nossos ancestrais...
Mulheres, vocês já sofreram demais
Credits
Writer(s): Jay Brunswick, Jenna Lynn Paulette, Lauren Hungate
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