Feito Um Porco Indo Pro Abate (feat. glhrmee)

Ainda bem que eu posso te escrever
Sem que tu ache estranho eu passar
Horas e horas pensando nos nossos corpos se deteriorando
Talvez maços de Bellois
Talvez maconha, talvez cachaça, talvez crack

Nossos parente bebendo até perder o prumo
Todo mundo que a gente perdeu
E fingir que não doeu, ou pior, não doer

Ainda bem que eu posso te dizer que eu perco o sono
Pensando nos efeitos psíquicos da fuga
E que meu amigo com nome de anjo berra
Feito um porco indo pro abate
Num quartinho trancado e é isso ou a mãe dele chamar a polícia

Eu nem gosto de colocar em balanças
Mas qualquer solidão de condomínio
Não tem tamanho pra caber
Na dimensão de uma comunidade adoecida

É difícil pensar que temos que nos cuidar
Por saber que nos matando
Nós estamos matando alguém
É difícil pensar que temos que nos cuidar porque...
Porque já estão nos matando, aliás, como é isso?

Solução é uma palavra que a minha cabeça
Não consegue dissolver muito bem
E ainda bem que eu posso escutar você

Ler sua mensagem e lembrar
Que essa vontade instintiva de autodestruição
É apenas outra forma de sobrevivência
Tipo adiar a dor ou morrer sem doer

Eu sei porque tu me escreveu
Eu posso pensar um pouco menos
Baixar os olhos no meu abismo
E dizer que vai dá bom

Nós vai se curar e vai ser massa lá na minha casa, lá na tua casa
Mas o outro nós, o nós maior vai continuar errando
Sonhando com merda, cheirando a merda e vivendo na merda
Não tem pausa, essa porra não tem pausa



Credits
Writer(s): Age, Caio, Glhrmee, Mateus Fazeno Rock
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