Um Trem
Um trem vem de longe na minha direção
Cortando a cidade ao meio
E eu fico parado nessa multidão
E tudo isso é bom e eu já conheço
E os guardas então
Se dão as mãos
E parece que algo há muito tempo foi cortado
E meus passos são rápidos
E se perdem do passado
E eu abano o meu lenço e parto pro outro lado
Um trem vem de longe na minha direção
Das profundezas de Manguinhos
Eu não pisaria por sobre esse chão
Se eu tivesse algum outro caminho
Mas o sol é o mesmo
E nunca tem jeito
E eu perco a minha vida de pouquinho em pouquinho
Eu pego o ancinho
E parto sozinho
E abano meu lenço e me perco no Rio
Um trem vem de longe na minha direção
Com todos os poetas que eu já li
Com fitas e faixas de decoração
E os livros que me ajudam a existir
E eu choro de alívio
Pois sei que estou vivo
Mas o dia cai e o trem vai por aí
Se apagam os postes
Meus amigos dormem
Eu abano o meu lenço e tento seguir
Um trem vem de longe na minha direção
Me trazendo as palavras por dizer
Eu olho pra tudo com muita atenção
Tentando ao máximo não esquecer
Mas o tempo é curto
E o abismo, sem fundo
E o mundo é tão largo e os ouvidos são tão surdos
E as vozes na mesa
Dizem que assim seja
E eu abano meu lenço e que tu não me esqueça
Um trem vem de longe na minha direção
Com todas as mulheres que já amei
Mas deus sabe bem que não foi minha intenção
Causar todo esse mal que eu causei
Nossos pés são fortes
Na zona norte
Plantados, cobertos de pó e cimento
E o trem se esquiva
Por alguma esquina
E eu abano meu lenço até outro momento
Cortando a cidade ao meio
E eu fico parado nessa multidão
E tudo isso é bom e eu já conheço
E os guardas então
Se dão as mãos
E parece que algo há muito tempo foi cortado
E meus passos são rápidos
E se perdem do passado
E eu abano o meu lenço e parto pro outro lado
Um trem vem de longe na minha direção
Das profundezas de Manguinhos
Eu não pisaria por sobre esse chão
Se eu tivesse algum outro caminho
Mas o sol é o mesmo
E nunca tem jeito
E eu perco a minha vida de pouquinho em pouquinho
Eu pego o ancinho
E parto sozinho
E abano meu lenço e me perco no Rio
Um trem vem de longe na minha direção
Com todos os poetas que eu já li
Com fitas e faixas de decoração
E os livros que me ajudam a existir
E eu choro de alívio
Pois sei que estou vivo
Mas o dia cai e o trem vai por aí
Se apagam os postes
Meus amigos dormem
Eu abano o meu lenço e tento seguir
Um trem vem de longe na minha direção
Me trazendo as palavras por dizer
Eu olho pra tudo com muita atenção
Tentando ao máximo não esquecer
Mas o tempo é curto
E o abismo, sem fundo
E o mundo é tão largo e os ouvidos são tão surdos
E as vozes na mesa
Dizem que assim seja
E eu abano meu lenço e que tu não me esqueça
Um trem vem de longe na minha direção
Com todas as mulheres que já amei
Mas deus sabe bem que não foi minha intenção
Causar todo esse mal que eu causei
Nossos pés são fortes
Na zona norte
Plantados, cobertos de pó e cimento
E o trem se esquiva
Por alguma esquina
E eu abano meu lenço até outro momento
Credits
Writer(s): Marcos Gabriel Faria Carrera
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