Do Sol Ao Sal

Choro em cada verso uma saudade
Fui náufrago em um destino determinista
De leis inexoráveis
De crença fatalista
Que avista as terras de
Uma desgrenhada sociedade

Sinto falta do instinto da minha raça
Minto porque sou produto do meio
De comunicação de massa
Do tempo que não veio
E do momento que nunca passa

Para para para para paraparapara

Navega a dor, eu fui um
Timoneiro sem mastro
E sem rastros, a chuva desce
Até o veleiro que afunda
Cara vela a noite, caiu em dor profunda
Afoga em lágrimas que cobrem
O sorriso de um astro

Neste encanecido mundo
Afundado em mágoas
Salgado e árdego mar da minha vida
Que fez da realidade, promessa fingida
Tão hipócrita como o
Derramar dessas águas

Porque a dúvida foi traidora
E o medo foi inimigo
Fez a tristeza ser senhora
Fez da morte um abrigo

Do sol ao sal
O mar me leva
Da luz para treva
Do bem pro mal
Mas as ondas me trazem
De volta ao litoral
E tudo acaba voltando ao normal

Do sol ao sal
O mar me leva
Da luz para treva
Do bem pro mal
Mas as ondas me trazem
De volta ao litoral
E tudo acaba dando certo no final