No Hype (Verso Livre)

vai, vai, vai
selva de pedra, caminho obscuro
muita solidão, na multidão
onde fazer sucesso é um tiro no escuro
o que era um fracasso, fiz recomeço
muito a fazer e a viver
e tudo é um passo a cada espaço
firme no passo, no que eu faço
vou conquistando tudo que mereço
uns nadam contra a maré
aproveito e surfo no hype
não meto o migué, sabe qual é
nem tenho dinheiro pra andar de Nike
ou vale o que tem ou vale o que é?
questiona sidarta andando a pé
por fora luxo por dentro lixo
mas não me lixo, é assim porque quer
mas eu tô bem
ouvindo Wu Tang
pique rockstar Kurt Cobain
no Citroen
contando as de cem
chama as gata que eu sei que elas vêm
acordo do sonho é mundo real
procuro no bolso não tem um real
mundo esquisito
muito iludido por like e capricho, se engana legal
fora da ilusão
tentei meu melhor
falam de amor
lembrei Belchior
sai do meu caminho
eu ando sozinho
faço do meu jeito que é muito melhor
uns vivem de ódio
quer subir no pódio
sabe que não podem, só fazem o pior
fala que não posso
na lata esboço um grande sorriso
vivendo o melhor
achando que botam pressão, até montando panela
desfilo no trap
talento muleke
minha rima modelo beat passarela
sou nerd poeta, o zica do baile
mesmo quando negam
se fazem de cegos
só inflam o ego
na visão eu pego
mas não tem problema, rimo até em braile
eu torci pra que meu rap fosse
e ele foi-se
agora tem torcida, não é salgadinho
letra tipo vinho
leo é tipo morte
o mic é a foice
não tô no hospital
mas sou paciente
levada difícil
eficiente
os anos passam
eu fico exigente
escrevendo e cantando, abrindo minha mente
meu verso é livre
livre igual ar
se prender muito tempo pode te matar
às vezes seguro, solto aos pouquinho
esse é o caminho pra tudo virar
quero sossego que nem tim maia
surgindo em segredo que nem os maia
avisa que é hoje, chama ludmilla
devagar eu cheguei
sou leozinho da vila