Desenterro

Eu não quero
Não quero mais reviver o meu enterro

O tudo ou nada que no fundo só me aleija
Gastar o meu tempo com a semente da inveja

Eu não quero
Não quero mais reviver o meu enterro

O morde e foge quando queria dar um beijo
Desnutrir a escuta e perder todo o molejo

Quando tinha tinha sete, eu parti o pescoço
Quando tinha onze, mandei-me a um poço
Quando eu tinha treze, ainda era bem moço
Quando tinha tinha quinze, eu baitei sem remorso
Nos meus dezassete, ainda fazia fretes
Desenhos do Paint tá tudo em disquetes
Só saí da cama lá para os vinte e sete
Dançar a lambada é o próximo step

Eu não quero
Não quero mais reviver o meu enterro

Não ver o gesto que me cabe primeiro
Esquecer a refazenda e a lição do abacateiro

Eu não quero
Não quero mais reviver o meu enterro

Sugar depressa o que acho que interessa
Queimar muito tempo mas andar sempre com pressa

Quando tinha tinha sete, eu parti o pescoço
Quando tinha onze, mandei-me a um poço
Quando eu tinha treze, ainda era bem moço
Quando tinha tinha quinze, eu baitei sem remorso
Nos meus dezassete, ainda fazia fretes
Desenhos do Paint tá tudo em disquetes
Só saí da cama lá para os vinte e sete
Dançar a lambada é o próximo step

Voltando ao tema
Tou a praticar o erro
Tou na labuta
Mesmo que me sinta perro

As nuances afloram
Por nós afora
A vida é uma trip
É isso que eu vejo
Quando eu estou fora

Anti puritano
Puto peri-urbano
Matuto todo ano
Justo como eu sou
Mas cuidadoso até ao tutano



Credits
Writer(s): Nicolau R Fernandes
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