Trovão

Tu chega cedo não é costume
E me abraça sem o afeto
As mãos amassa, não tem sossego
E eu te olho daquele jeito

Tu senta torto para o discurso
Engole a seco parece mudo
A boca mexe não sei se entendo
Me lembra o som do fim do mundo

Tu fala baixo que não me ama
Eu te pergunto se tem certeza
Não tem coragem de me dizer
Qual o motivo, qual o porquê

Tu então desiste e não reclama
Enquanto diz que encontrou outra
Eu me questiono onde errei
Todo esse tempo que me entreguei

Ela ouve tudo da tua voz rouca
De espanto ou choro as cordas secam
Nossa pequena pouco entende
E se flagela sentindo culpa

A culpa é nossa? não! a culpa é sua!
Que quis prazer que achou na rua
Tu tem coragem de me dizer
Que não controla o seu querer

De mãos com ela de porta afora
Te deixo só por mais que peça
Tu teve a chance de viver bem
Com quem te ame como ninguém



Credits
Writer(s): Aristóteles Sousa Silva Junior
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