Recife Panorama Urbano

Tudo que eu gosto
Pinto de azul
Dizia Carlos Pena Filho
Não o azul sudeste
Não o azul sul

Se eu fosse Antônio Maria
Não daria tanto Bandeira
Se eu fosse Severino
No Porto Digital
Me jogaria, afogaria
Eu desceria, eu não diria
Se eu fosse o Jomard
Jomard Muniz de Britto
Você devia, você devia
Devia estar aflito
Com a minha filosofia
O meu Super-8
Provar o meu biscoito
Elegante, fino
Grande, pequenino
Dantesco e polifônico
Dantesco e polifônico
Dantesco, polifônico e desinibido
Dantesco, polifônico e desinibido
Dantesco, polifônico e desinibido

Você não ver que lhe procuro
Não quero achar
Quem acha, perde
Quem guarda o cofre
Faz desaparecer

O bairro da Boa Vista
A Lagoa do Araçá
A fronteira com a Olinda
A fronteira com o Cabo sem patente

Clarice está enfeitiçada
Clarice está enfeitiçada
Ela não pode mais se conter
Alegria, alegria
Haverá outro dia

Recife, melhor do que Paris?
Ou Recife dá vontade de morrer?
Vontade de morrer

Eu sou antilírico
Poeta menor
Poeta jamais
A cada segundo
O que eu te escrevo continua
Clarice está enfeitiçada
Nessa água viva
Cheia de GHs
De Raimundo Carreiro
Do teu sexo no meu sexo
Dos meus lábios em tua pele
No dissabor de tanta gostosura
O teu cheiro, teu pelo, de novo a pele
Do passado, do hoje que é futuro
No claro escuro
Lusco-fusco
Do Recife crepúsculo
Joaquimcardosiano
Perto do mar, da cruz
Sem Caetano
Telavivendo
Na lama, no caos, na infâmia
No vai e vem espetacular desse esmagador cotidiano
Por hoje basta!



Credits
Writer(s): Moises Monteiro De Melo Neto, Wyllison Vítor
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