Disritmia Social

Acertou meu peito, desfibrilador
Impediu meu leito, vulgo "dibrador"
Não vou partir sendo quem nunca bradou
Seria pedir muito me livrar daquele papel timbrado?

Não acompanho mais as partículas nesse colisor
Tempo observando gotículas no retrovisor
Pude observar que a poeira baixou
Mas ainda vou afogar cutículas em vermelho

Adoro falar com as tia, mas sou alvo de uma disritmia social
Eu sei soltar o sorriso mas posso transparecer uma anemia glacial

Tic tac, tic tac, tic... Relatividade

Quantas eras e quantas histórias?
Quantas feras e quantas vitórias?
Hoje só os "teras" suportam memórias
Sei que nasci entre as duas trajetórias
Infinitas avenidas e novas rotatórias

Quem pode exigir mudança de alguém?
E quem depende da mudança de alguém
Pode nunca saber o que é viver
Vive a se abster
Abdicando do seu prazer

Quero um castiçal próximo ao meu rosto
Quero dormir e acordar mais disposto
Repetir mas não sentir o mesmo gosto
Decidir mas não limitar o que é posto na minha direção

Se dormir na parada encontrará a contra mão

Encontrará? Será? Quiçá
A salvação
Sarar? Dirá o tempo e a construção

Invoque o toque na pele
Ou coloque um "doc" na tela
Então se desloque na terra
E se realoque na velha esperança

Não deveria ter que se escolher um lado da balança
Um solta a onça o outro é veneno em ponta de lança

Reviravoltas esse mundo têm quem compra notas de um com moeda de cem

"E essa faca meu bem? Vai na moela de quem?"
"Pô, quem pergunta demais eu tô furando também"

Então vamo olhar pro lado sem se esquecer
De seguir em frente
Porque eu sou gente, mas não posso confiar em gente
Infelizmente...



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