2000 A.D.

Dormi no feno crasso da cidade,
Um sono justo, sono urbanizado.
Desincho.
Relincho.

Cavalariça de betão armado
Das potestades e dos principados.
Os anjos.
Os asnos.

A língua neutra não conhece o amargo,
Só gosto a níquel sempre que é trincada.
A letra.
A lepra.

Avesso da mordaça entrou-nos nos planos
E o progresso já fez mais de 100 anos.
Purga.
Apaga.

Eu declaro o presente hostil
Vou avançar para o ano 2000.
Eu declaro o presente hostil
Vou avançar para o ano 2000.
Sigo urbano, sigo civil, vai ser melhor em 2000.

Acordei tarde com retroactivo.
Identifico-me inofensivo.
Rezingo.
Respingo.

Gamelas de ouro em cada refeição
No ministério de aculturação;
Eu como,
Eu calo.

A língua é franca se for espartilhada.
Revolução foi televisionada.
Eu sigo,
Eu singro.

O puritano tão cosmopolizado
Já nem separa a sua igreja do Estado:
Crente
Caronte.

Eu declaro o presente hostil
Vou avançar para o ano 2000.
Eu declaro o presente hostil
Vou avançar para o ano 2000.
Sigo urbano, sigo civil, vai ser melhor em 2000.

Eu declaro o presente hostil
Vou avançar para o ano 2000.
Eu declaro o presente hostil
Vou avançar para o ano 2000.
Sigo urbano, sigo civil, vai ser melhor em 2000.



Credits
Writer(s): Samuel úria
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