Pálido Ponto Azul

Viver tem sido um grande castigo
E por algum motivo essa merda em que vivo se tornou atrativo
Antes de falar o que sinto preciso de um mic na minha frente
Meu sofrimento virou lucrativo

Até quando precisarei ser punido?
Todos os dias versões de mim morrem e eu as empilho
Por um instante eu queria um abraço
Mas abraço não lucra filho

A vida são vários lados e uma mesma frente
Tenho sentido Sol que nem uma lesma sente
Bruno, você e sua mesma mente que te sirva como um adeus
Fiz de caneta permanente

Só não me odeio mais do que o dia em que
Eu conheci a mãe dos meus filhos
Se eu pudesse voltar no tempo escolheria ser enterrado vivo
Ou ser devorado por algum maníaco
Não
Isso não seria tão horrível
Talvez um pacto
Ou arrastado por cavalos de barriga pra baixo
Com chão repleto de cacos
Junto com banhos de aço
Injeções de adrenalina pra que eu me mantivesse vivo
Sou como as drogas
Você me evita até que precise
Esse é meu grande foda-se
Espero que essa porra se eternize
Que me tirem tudo até que reste apenas artrose, artrite
Capite

Ainda terei minhas letras e dentro delas não existe limite
Tô cheio de tudo
Que transborde dinamite
Me transporte dinamite
Forrarei meu solo até que a explosão possa se tornar infinity
No meu coração apenas Tyler e Trinity
Sem tempo para paixonite
Minha filosofia vem primeiro
E abaixo Nietzsche
Não abaixo o tom, nem que aumente o beat
Não abre a Chandon
A menos que meu cérebro frite

Tire uma foto e um print
Faça um brinde!
E me deixem descansar em paz

Me senti mal pelo lance com a FMS
Talvez eu esteja um pouco ranzinza
Ou minha insanidade deva ser extinta
Deixei cicatrizes expostas para que pontos me tirem
3, 6, 9, 30!
Minha pele estava queimando
Me culparam pelo cheiro das cinzas
Derrame lava no meu crânio
Veja se trinca
Infecte, me traga uma seringa

O que podem fazer com alguém capaz de arrancar o próprio sangue
Se por acaso lhe faltar tinta?
Nada!
Não alimentem a minha mente
Normalmente ela se encontra faminta

Não importa se me amam ou se odeiam
Se perdoam ou se aceitam
Se falam bem ou se rejeitam
Os abandonos se ajeitam
No fim das contas tá fu
Porque a vida é uma grande tapu
Mantenho o meu recuo
Pois sei que tudo morrerá
No pálido ponto azul

Não, eu não!
Eu não quero chocar o mundo
Se sentir isso aqui sinto bom
Certamente ia querer machucar o mundo
Profano e profundo
Como um oceano imundo
Poderia assistir crânios sendo cortados
Enquanto eu degusto um Cup Noodles

Com o carro em movimento pronto pra colidir
O próprio destino pronto pra coincidir
Confesso que o inferno eu conheci de perto
De certo, se houvesse um botão pra explodir
Eu já estaria com a roupa de ir

E não quer conhecer a morte de perto
Eu me sinto tão discreto
Não me diz credo
Se observar de longe verá que somos apenas insetos
Esperando uma manhã incerta

Viver é como minha separação
Não penso nem por um segundo se agi certo
Eu apenas agi

Meu coração tão frio
Mesmo por fora eu coberto
Às vezes me pego imaginando uma mãe chamada Miriam
E um pai chamado Roberto
Eu perguntando se no tênis eu dei um nó certo
Ele me dizendo: "Claro que sim, você é meu garoto esperto"

Mãe que ver se meu dever está correto?
Não?
Tudo bem, eu entendo

Será que podemos comemorar juntos meu aniversário em dezembro?
Não?
Tudo bem, eu entendo

Poderia conversar com os meninos que me batem
Toda vez que pra escola eu estou descendo?
Não?
Tudo bem, eu entendo

Porque que a mamãe foi embora daqui?
Pode me dizer o que que tá acontecendo?
Não?
Tudo bem, eu entendo!

Adivinhe, me separei
Amo as drogas
E sempre que eu posso estou bebendo
Não me cai sequer uma lágrima mesmo com o papai morrendo
Mãe, há quanto tempo não nos vemos?
Não sei se sirvo à Deus ou se sou amado pelo demo
Não sei distinguir o que amo do que temo
Onde estamos?
Pra onde iremos?
Quais os rumos?
Temos remos?
Será que agradeço ou blasfemo?
Alguém sabe me dizer porque que eu sou assim?
Não?
Tudo bem eu entendo!

Pai, eu vou sentir a sua falta
Não que eu já não tenha sentido antes
Porém, agora você está perdendo todos os sentidos
Então, quero te falar é bonitas palavras
Então, lá vai!
É, as crianças elas tão cada dia mais bem educadas
E eu tô planejando ficar muito feliz nas férias deles que tá vindo
O Tyler é corinthiano e já tá sofrendo desde cedo
É a gente jogou bola sexta passada
E depois a gente tomou um refrigerante lá no society
A Loreninha tá a coisa mais linda do mundo
E ela sempre fala que me ama antes de dormir
Mas, ela também fala que ama os cachorros então
É eu não tô saindo muito de casa
Mas, quando eu faço live eu costumo rir
E quando eu tô com os fones no máximo assim
Eu paro de pensar e é um bom momento do dia
Tô tentando, tentando ser melhor
E quando você chegar lá em cima
Você diga que eu não fiz por querer
Valeu? Até mais



Credits
Writer(s): Bruno Sousa Lopes
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