Potinhos

Não, não falo de coração
Coração é piegas, careta
Coração tá fora de moda
Nada, nada de cantar coisas
Do coração
No meu samba canção

Nada
De um coração que infarta
Por sofrer de amor
Na tua balada, nada
De um coração que foi triturado
Mastigado e jogado fora

Nada dessa fera
Que se autodevora, que se autodestrói
E deixa no lugar um buraco gelado
Que quando venta, dói

Por favor, não ponha um marca-passo
No espaço do meu coração
Substitua o bagaço do meu coração
Tão manso e sem descanso no seu pulso
No balanço, no bater

Ponha um daqueles potinhos
Com água e açúcar
Em que o beija-flor vem beber

Ponha um daqueles potinhos
Com água e açúcar
Em que o beija-flor vem beber

Ponha um daqueles potinhos
Com água e açúcar
Em que o beija-flor vem beber



Credits
Writer(s): Santos Leonardo Fressato
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