Abandonada

Tanta criança sem nome que o mundo tem
Sem ninguém, sem ninguém
Tantos corações perdidos, sem bater
Só sofrer, só sofrer

Casas debaixo da ponte
Escolas ao luar
Brinquedos de faz de conta
E a rua seu lar

Tanta criança sem nome, mãe nem pai
Cada vez mais, cada vez mais
Tantas alminhas esquecidas que ninguém vê
Mas porquê?
Mas porquê?

O mundo segue e a avança
Sem ligar
E o nome dessa criança
Não irá mudar

Abandonada, abandonada
Será sempre por esse nome que vai ser chamada

Abandonada, abandonada
Será sempre criança sem nome, sem vida, sem nada

Tanta criança que nasce, sem pedir
Pra nascer, pra nascer
Tanto enocente que paga, pelo que não fez
Tanta vez, tanta vez

E ganha logo a nascença
Uma dor sem fim
Berços de espinhos, de herança
E o nome assim

Abandonada, abandonada
Será sempre por esse nome que vai ser chamada

Abandonada, abandonada
Será sempre criança sem nome, sem vida, sem nada

Mas não podemos deixar nunca mais
Que isso aconteça
Está na hora de darmos um nome e um lar
E tudo a esta criança

Abandonada, abandonada
Já é tempo de darmos um pouco
A quem não tem nada

Abandonada, abandonada
Já é tempo de darmos um pouco
A quem não tem nada

Abandonada, abandonada
Já é tempo de darmos um pouco
A quem não tem nada

Abandonada, abandonada
Já é tempo de darmos um pouco
A quem não tem nada

Abandonada



Credits
Writer(s): Pedro Dezarraga
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