Ponto Com

A humanidade ponto com
A salvo em seus portais
E a fome sem fronteiras
Às portas do Sudão

Os novos deuses virtuais
O ouro e seus cartéis
E a fé, a ferro e fogo, em trapos
Farrapos da razão

Por quem irão dobrar os sinos
Ao olhar dos pequeninos
Em êxodo, em êxtase, encanto e ossos
Nossos filhos, nosso fim
O séquito sem voz
De um século sem luz

A humanidade a navegar
Apressa os seus sinais
Em guerras pelo espaço, em passos
Que enterra pelo chão

A humanidade onde andará
Em marchas desiguais
Tomando o mesmo rumo incerto
Desertos da razão

Por quem irão dobrar os sinos
Ao olhar dos pequeninos
Em êxodo, em êxtase, encanto e ossos
Nossos filhos, nosso fim
O exército sem luz
De um século do horror



Credits
Writer(s): Nei Lisboa
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