Celeiro

Me dá licença, eu sou Jorge Mautner
A carne é triste e eu já li todos os livros
Mas ouve ó minha alma como é linda a canção dos marinheiros

Um português de Lisboa viajava à toa e onde já se viu
Remando numa canoa parou, gente boa, cá no Brasil

E viu pelo ar lindos saltos de um povo a pedir um gol
E viu as canções de Elis nas estrelas a se espalhar
De puro arrepio num doido navio do céu andar
Os tais lindos vícios e os versos Vinícius sentiu brilhar

E um louco poeta ufanista de vista conhece um bar
E viu Pixinguinha compor as canções que o vento não dá
E todos os loucos profetas da cabala tropical
Escrevem seus textos pretextos mais loucos pro carnaval

E viu a gaivota imitando Garrincha a driblar o mar
E viu o olhar de Cartola na bola da lua
As rosas não falam apenas exalam o que faltar
Pra que sobre um louco celeiro pro mundo quando acabar

E viu a gaivota imitando Garrincha a driblar o mar
E viu o olhar de Cartola na bola da lua
As rosas não falam apenas exalam o que faltar
Pra que sobre um louco celeiro pro mundo quando acabar

As rosas não falam apenas exalam o que faltar
Pra que sobre um louco celeiro pro mundo



Credits
Writer(s): Oswaldo Montenegro
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