Mula Báia

Fazenda Belo Horizonte, uma tropa ali chegou
Que vinha do Indaiá, ali a tropa posou
Nego Plácido viu a tropa, da mula báia gostou
Criola de João Jungueira, fecho negócio e comprou

E foi nessa hora mesmo Nego Plácido falou
Pregue o selo no recibo, o dinheiro ele puxou
Botou a besta no pasto, ele mesmo que amansou
E no fim de quinze dia' na cidade ele passeou

Levou a besta na cidade, foi ferrar lá no ferreiro
Lá na cidade de Franca o povo ficou banzeiro
De ver a marcha da besta, pisando muito ligeiro
Batia a ferrage' nas pedra', parecia fogo de isqueiro

No lugar que ele passava causava admiração
Nego Plácido montado parecia o Napoleão
No pescoço um lenço branco, bombacha de gorgorão
Era de marcha troteada, ferradura de rampão

Lá na cidade de Franca ele é um grande fazendeiro
Tem fazenda com invernada, ele é um grande boiadeiro
No estado de Goiás, no Triângulo Mineiro
Pra comprar três mil cabeça' ele tem muito dinheiro

Na barranca do Rio Grande uma boiada chegou
Tinha quase mil cabeça, Nego Plácido comprou
No fazer a travessia, a correnteza levou
No meio daquele rio a boiada esparramou

O Nego vendo o perigo com a mula baia gritou
Atirou a báia na água e o laço na mão levou
Mesmo no meio do rio, muitos boi' ele laçou
No lombo da mula báia sua boiada ele sarvou'



Credits
Writer(s): Raul Torres
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