Seu Rio Meu Mar

Dentro de você existe um rio
Que não tem onde desaguar
Abra as comportas, o faça vazio
E faz de conta que eu sou seu mar

Dentro de você existe um rio
Que não tem onde desaguar
Abra as comportas, o faça vazio
E faz de conta que eu sou seu mar

Arrebente logo essa represa
Deixa a correnteza te arrastar
Por entre as pedreiras
Que teimam não deixar
Você ser minha beira
E em mim se misturar

Aproveite as chuvas de janeiro
Se transborde em minha direção
Que eu faço maré cheia
Me quebro em sua mão
E a gente volta e meia
Se encharca de paixão

Dentro de você existe um rio
Que não tem onde desaguar
Abra as comportas, o faça vazio
E faz de conta que eu sou seu mar

Deixe as águas que já são passadas
Pois moinhos já não movem mais
E embarque nesse vento
Que eu te mandei buscar
E venha violento
Em mim desembocar

Faça uma enchente de saudade
Dessa tempestade de verão
Que eu faço uma ressaca
Bem fora de estação
E a gente se encharca
Se afoga de paixão

Dentro de você existe um rio
Que não tem onde desaguar
Abra as comportas, o faça vazio
E faz de conta que eu sou seu mar

Dentro de você existe um rio
Que não tem onde desaguar
Abra as comportas, o faça vazio
E faz de conta que eu sou seu mar



Credits
Writer(s): Paulo Rezende, Antonio De Oliveira
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